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Viagem até à formação de Yoga em Rishikesh na India

A minha viagem até à formação de Yoga em Rishikesh na India começou em Zurique,

num final de tarde, depois da formação de Spiraldynamic. Estava sentado a escrevinhar no computador, enquanto a Sónia Abrantes se esticava pelo sofá. E a conversa começou pela minha necessidade de fazer férias e da vontade de viajar sem ser em trabalho. Isto de trabalhar normalmente sete dias em sete, não é o ideal e o cansaço às vezes pesa. Como ando à anos para fazer formação de Yoga, (já tentei marcar com a Ann-See Yeoh), e nunca se proporcionou, juntar as duas coisas pareceu-me o mais natural. Fazer férias, viajar e fazer formação de Yoga.

Caí no site do Yoga Retreats

e a primeira escola que me apareceu foi a World Peace Yoga School. Gostei do que li, gostei do que vi, e enviei email. “estou livre a 1 de dezembro, se tiverem uma formação a começar a 2, inscrevo-me…” e deixei acontecer. Se for para ir, pensei, vai começar um novo curso a 2, e zarpo para mais uma aventura. E assim foi.
Com tanta história sobre a India, sendo mulher a viajar sozinha, sem nunca lá ter ido, e sem referências de pessoas conhecidas, pareceu-me complicado. A minha decisão de fazer férias, viajar e fazer formação de yoga, teve alguns adeptos entre os meus amigos e várias opiniões de preocupação.
viagem à Índia

As histórias sucederem-se entre as maravilhas da India e os cuidados que eu deveria ter durante a minha estadia. A leitura da brochura da escola, que continha conselhos sobre roupa aconselhada, ajudou. Escolhi roupa colorida e bem tapada para a viagem e estadia. Calças, ténis, e muitas camisolas de manga comprida. Escolhi roupa para levar que depois poderia lá deixar, para poder trazer no regresso lenços e mantas locais, lembranças para as prendas de Natal que se ia colar ao meu regresso. O peso máximo de 15kg nas viagens internas, foi o meu controle na escolha. Mala feita, respirar fundo, acreditando que tudo iria correr bem e estava de partida para o aeroporto.

Três voos até ao último aeroporto, e um táxi em viagem durante uma hora para chegar a Lakshman Jhula em Rishikesh.

A previsão de 25h de viagem Lisboa-Munique-Deli-Dehra Dun escalou para 28h devido ao nevoeiro em Nova Deli.  A minha sorte é conseguir dormir em todo o lado. As horas que esperei dentro do avião, passei-as aninhada na minha almofada de viagem. Em Deli antes de sair, troquei dinheiro.
Uma eternidade na fila, e o início do treino de “paciência” local onde tudo o que é dinheiro demora horas. Apanhei a altura em que os bancos obrigaram à troca da moeda antiga pela nova, e tudo ralentou ainda mais. Depois comprei um cartão local da Vodafone para poder fazer chamadas locais e ter acesso em todo o lado à internet. Foi a minha sorte quando o avião chegou tarde, e consegui avisar a escola e pedir para me enviarem um táxi para fazer o final da viagem.

No caminho para a escola,

sucederam-se às paisagens de árvores e vegetação, as vilas apinhadas, coloridas e poeirentas, e o barulho constante de buzinadelas dos veículos para afastarem os peões do caminho. As vacas, misturadas com as motas, os saris coloridos, e os casebres entremeados com prédios baixos e bairros de lata, iniciaram a imersão na cultura local. Em Rishikesh, os macacos acrescentaram-se à paisagem. Pequenos ladrões de comida, com duas raças bem distintas, uma delas mais agressiva, que passei a ter de enxotar ao pequeno almoço para conseguir comer a minha banana do dia.

Com o atraso, cheguei no final da cerimónia de iniciação na escola.

Flores no pescoço, pinta na testa e um sentimento de novidade acompanharam-me até ao pequeno quarto que me albergou a mim e a uma aranha resiliente pendurada na casa de banho, e que só desapareceu no final da minha estadia. O chuveiro era o chão da casa de banho, com a mangueira pendurada ao lado do sanitário. Não tinha instruções para o balde de água com pequeno copo no canto, que pensei servir para banho, em vez do sistema de chuveiro. As havaianas foram muito úteis nesta incursão. E os ténis e meias quentes, ficavam perto da porta de saída, para me aconchegarem mal queria entrar no quarto.
No final do dia, de roupa branca, fomos em excursão até ao Ganges, assistir à cerimónia do pôr do sol. O rio de cor parda, corre suave ao lado do terreiro, e a luz do sol ilumina as duas colinas encrustadas de mosteiros, e de prédios de estilos desconexos.

Os pequenos hotéis, e os pequenos prédios meios por acabar, misturam-se com a mais de uma centena de escolas de Yoga.

Polvilhando a paisagem. Sentada no chão, grata pela oportunidade de mais uma experiência, respirei a paz que soava nos cânticos, e nas chamas alimentadas pelo circulo de pessoas perto do seu núcleo. O caminho de volta, no escuro, deixou para trás Lisboa, e em menos de 48h, já nem pensava no que me alimentava os pensamentos em Portugal. O trabalho e o stress ficou bem lá para trás. A minha aventura de fazer férias, viajar e fazer formação de yoga estava a começar.